Na verdade o que sou eu? Um artista? Um utópico? Um voluntário na construção de uma cidadania coletiva? Quem sou eu? O que faço?
Se você esta no Fênix a mais de um ano, com certeza já se fez estas perguntas, se não, vai fazer em breve. Entramos aqui na intenção de fazer teatro e descobrimos que fazemos muito mais do que arte, trabalhos, suamos nossas camisas, nos entregamos de corpo e alma a projetos que nem se quer sabemos o por que e se vai dar certo. Muitos jovens já passaram por esta experiência, poucos puderam colher dos frutos plantados, mas o mais importante é que deixaram por aqui sementes, sementes de sonhos, sonhos feitos de suor e lágrimas.
Nossa missão é mais do que brilhar no palco, no palco todos brilham, basta terem a cara de pau se subirem lá se dizerem atores, mas trabalhar para que a cidade colha algo de bom é para poucos, e você é um servo na construção de uma Unaí cada vez mais rica e próspera. Conheço pessoas que passaram por aqui, se tornam grandes homens, grandes mulheres, e não agradecem, simplesmente trocam momentos de aprendizados por desprezo e um ódio sem motivos, mas pior do que o ódio sem motivo e espalhar um veneno cruel da mentira e rancor. Conheço outros que por aqui passaram e também se tornaram grande homens e grandes mulheres, mas nunca deixaram de ser uma Fênix, são sabedores de que tudo que aprenderam aqui foi de fundamental importância para se tornarem lideres.
Minto, não sou, nunca fui e nunca serei um ator... Aqui no Fênix, não ensinamos a subir no palco e “gritar palavras” ensinamos a ser cidadãos, mesmo que o processo seja lento, mesmo que muitos demorem a se tocar, mas não ensinamos teatro, ensinamos cidadania. Subir no palco é só conseqüência do nosso trabalho, é como se palco fosse a porta pela qual entramos para levar nossos mais audaciosos sonhos.
O que mais me dói na minha peregrinação, é as palavras de ofensas que muitos levantam contra mim. Dedico todo o meu tempo aos projetos do Fênix e de todos os que me procuram para seus projetos e simplesmente levantam contra mim todo o tipo de injuria e difamação. Este talvez seja o meu papel principal no teatro da vida, lutar como Dom Quixote contra todos os moinhos de vento e morrer como um louco que ousou sonhar algo gigantesco para todos.
Esta mensagem não é um desabafo, por que não me permito desabafar, não tenho tempo para pensar nos meus problemas, tem muita coisa para resolver, para mim, para você, para seus futuros filhos, netos, bisnetos...
Antes de jogar a primeira pedra, olhe a teu redor e saiba que as flores que você colhe no jardim foi plantada por mim, mas sou teu amigo, te deixo as flores, não me importo se me lanças os espinhos, eles não me ferem, pelo contraria me despertam, pois preciso trabalhar...
Queres subir no palco? Ele é todo seu, mas aqui no Fênix é preciso trabalhar, por que teatro é 99% transpiração e 1% intuição.
César Junior da Silva